Sexta-feira, 21.08.09

Há coisas do arco da velha.

Cedinho, pela manhã, saí para uma caminhada.

Antes de entrar na zona mais rural atravesso as principais artérias desta cidade onde moro.

Ao chegar a um cruzamento o semáforo para os peões ficou vermelho - não de vergonha nem de raiva - tão só a avisar que o trânsito ia mudar e que os peões se deveriam quedar no passeio, em resguardo.

 

Obedeci. Parei e fiquei estática. Fiquei? O corpo que habito ficou.

 

Continuei obedientemente parada no passeio.

Às tantas, do trânsito parado - em função de um outro semáforo - à minha esquerda, saiu disparada uma motorizada que rápida atravessou o cruzamento com o relincho feliz e habitual  a estes animais perdendo-se na lonjura da rua que ali se estende a direito até longe para a nossa humana vista.

Continuei a segui-la com o olhar enquanto no cérebro marteleva o pensamento: mas que lhe deu? Avançou com o sinal vermelho?

 

Já ela desaparecera de vista quando me apercebi que o sinal vermelho, que continuava, era para os peões. Eu, parada, avaliava o movimento da motorizada em função de um dado  registado no cérebro, sem relação com o movimento daquela.

 

Ainda não percebi por onde é que eu  andava.

 


estou

publicado por Conceição às 14:07 | link do post | comentar | favorito

generalista sobre literatura e a vida. Assim acaba por integrar análise sócio-política pois toda a vida nela está imersa.
e sobre mim...
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